Anatomia de um e-mail perfeito

Não se deixe enganar pelas estatísticas das empresas que tentam demonstrar uma migração em massa  para longe dos  e-mails e para perto das mídias sociais como a plataforma dominante para mensagens de marketing. Não que as estatísticas estejam erradas ao demonstrar o grande e crescente número de usuários de mídias socias.  Apenas o contexto  que geralmente sugere que os comerciantes tendem a interagir com  os seus públicos-alvo a partir de um ou outro  ponto de vista. Ou de forma simplista, sugere que os utilizadores devem usar um ou outro, exclusivamente. E isso simplesmente não é verdade. As mídias sociais podem se sobressair em alguns momentos, mas as campanhas de marketing direcionadas não podem ficar de fora.  Apesar das plataformas de mídia social como o Facebook terem número na casa dos bilhões, o número de contas de e-mail é infinitamente maior, há o triplo de contas de e-mails ativas do que usuários  no Facebook .

O que significa que mais de 92% das pessoas utilizam o e-mail como forma de comunicação e valiosa ferramenta de divulgação, enquanto que um número significativo de pessoas que participam de redes sociais, fazem apenas por gostar. Muitos usuários de mídia social relatam uma sensação geral de desconfiança  com anúncios feitos nessas plataformas  e justamente por isso que o uso do e-mail - ele soa menos superficial do que as redes sociais.

Contraste isso com o fato de que alguém que trabalha em um escritório receba em torno de 80 e-mails por dia, e as mensagens de e-mail marketing são os anúncios que essa pessoa mais vê em seu dia a dia, por isso a pertinência do e-mail marketing realmente entra em foco. O que todas as estatísticas  querem  dizer é que, apesar de todas essas mudanças tecnológicas e sociais,  o e-mail ainda mantém seu título de campeão da comunicação empresarial.

De acordo com alguns linguistas e teóricos literários, o que faz reagirmos a um texto, não são as palavras em si, e sim o significado oculto da mensagem. Isso é vital para considerar a experiência do destinatário.

Por exemplo, quando 43% dos destinatários, clicam no botão de spam com base no nome ou endereço de e-mail recebido é porque alguma proposição codificada naqueles primeiros bits de informação, geram automaticamente uma sensação de que aquela mensagem é spam. É como se o e-mail gritasse: "Oi eu sou spam, e eu gostaria de lhe apresentar o meu produto”. Considerando a linha de assunto personalizada e uma proposta segmentada  para os usuário, as chance do e-mail ir parar na caixa de spam é pequena. O usuário irá refletir:  “alguém está pensando em meus problemas e  tentando me mostrar as melhores formas de resolvê-los”. Mas há uma maioria impressionante de  70%  dos comerciantes que não conhecem os seus clientes o suficiente  para personalizar seus e-mails. Aqueles que fazem  a mudança para e-mails personalizados conseguem ter um retorno real de 22,3 %, e isso não pode ser ignorado de forma alguma.

Atualmente, 64%  das pessoas relataramm ter enviado ou recebido um e-mail, que resultou em raiva ou confusão não intencional principalmente por um  e-mail marketing que não está gerando  bons resultados. Neste caso a  raiva e confusão será toda sua.

Até agora parece justo supor que praticamente todo mundo tem um conceito visual básico  sobre a experiência do usuário de e-mail. A estrutura hierárquica de cima para baixo do velho paradigma da mídia impressa pode ser tão profundamente enraizada em nossa psique coletiva que impede alguns de nós de entender as mensagens digitais da forma como deve ser compreendida, isto é, de forma multidimensional.

Sim, os e-mails ainda são lidos de cima para baixo, como qualquer outro texto, e sim, o layout, tipografia, e retórica visual implicam diretamente em proposições importantes da sua mensagem. Linhas personalizadas, barras de navegação no topo do e-mail com links para o site do remetente, a chamada retórica à ação e links de mídia social na parte inferior da mensagem - uma combinação que faz com que os leitores tenham várias ações possíveis para tomar, e várias conclusões possíveis à se chegar sobre o e-mail.  As pessoas gostam de sentir-se informadas e com poder de tomar decisões próprias.

Como chegar a essas decisões  vai depender de como os usuários  lêem as mensagens não declaradas contidas nas mensagens que recebem.  Com essa ideia em mente, torna-se claro que os resultados de um e-mail marketing mais favorável deve  ​​vir do equilíbrio das proposições não declaradas, que devem corresponder-se com as outras informações  que a mensagem afirma explicitamente. Para a grande maioria a anatomia de um e-mail perfeito além de levar em conta as proposições enviadas  aos seus destinatários , também preocupa-se com a sua opinião  e seu tempo, tratando estes dois últimos como mercadorias valiosas.